sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Torneio Paulista Fórmula-Vê


 


No Brasil, ela foi sucesso no fim dos anos 60. Pilotos da época como Wilson e Emerson Fittipaldi, José Carlos Pace, Ricardo Achcar, Marivaldo Fernandes e outras “feras” abraçaram essa categoria competitiva e financeiramente acessível. Eram monopostos com motores VW 1.200cc, chamados de Fórmula-Vê.

O sucesso foi notório, tanto que no dia 10 de setembro de 1967, diante de um grande público, a décima edição dos 500 KM de Interlagos foi disputado somente com carros de Fórmula-Vê, Foram 23 inscritos com 16 largando e predominando duas marcas de chassi presentes: Aranae do Spadaccini e o Fitti-Vê, construído pelos irmãos Fittipaldi.

Seguindo a tradição das edições anteriores, a prova foi disputada no anel externo de 3.250 metros de extensão. Os carros andaram muito juntos e vários acidentes ocorreram, sem gravidades, eliminando pilotos como Joaquim “Cacaio” Telles de Mattos/Jaime Silva/Mário Cesar de Camargo/Lucio Naja, Celidônio, José Fernando “Toco” Lopes Martins/Ailton Varanda entre outros, enquanto a dupla Achcar/de Lamare abandonou por problemas mecânicos. Daí, a dupla Antônio Carlos “Totó” Porto/Ruby Loureiro ganhou com facilidade, depois de 154 voltas em 3h52’07, a uma média de 129,328 km/h. Foi a primeira vitória do Aranae. A seguir chegaram os Fitti-Vê´s de José Carlos Pace/Carol Figueiredo e em 3ºlugar ficou Jan Balder/Maneco Combacau.

Em 1968, Interlagos foi fechado para reforma e a Volkswagen ainda não apoiava a Fórmula-Vê. Os campeonatos brasileiro e carioca desses monopostos proporcionaram acirradas disputas até fins de 1969, época que seus principais pilotos partiram para a Europa, em busca do sucesso. Com isso a categoria praticamente morreu; daí, os carros fórmula-Vê passaram a ser bastante freqüentes nas escolas de pilotagem.

Somente em 1974 a Volkswagen entrou forte no automobilismo esportivo com o lançamento da categoria Super-Vê com seus motores 1600 cc. Foi um sucesso acima do esperado e para 1975, além da Super-Vê a montadora do Brasil idealizou o reaparecimento da Fórmula-Vê. Muitos dos chassis dos anos 60 foram reaproveitados para acoplar, agora, os novos motores Volkswagen de 1300 cc.

Foi criado o Torneio Paulista de Fórmula-Vê, buscando pilotos novos que almejavam correr na Super-Vê. A premiação monetária para largar, pole-position, volta mais rápida, prêmio para os seis primeiros colocados, e também para o campeão, o vice-campeão e para o terceiro colocado, foi a grande chamariz para os pilotos disputarem esse primeiro Torneio Paulista de Fórmula-Vê. 
Foram quatro provas, todas disputadas em seis voltas daquele longínquo traçado antigo de Interlagos.

A primeira prova foi no dia 13 de julho – junto com a Super-Vê- e o vencedor foi o piloto Cleber Mansur com o seu Heve nº7.  

Mário Ferraris Neto, pilotando o Pati nº10, venceu as outras três provas e foi o campeão desse Torneio Paulista.

A partir de 1976 foi criado o Campeonato Brasileiro de Fórmula-Vê. O campeão da F-Vê em 1976 foi Plácido Iglesias. Daí, a categoria foi renomeada para F-VW 1300. Seus campeões foram: Élcio Pellegrini (1977 e 1978), Luiz Renato Schaffer (1979) e Jefferson Elias (1980).

Em 1981 a Volkswagen, justificando preocupação com o lançamento do carro Gol, anunciou a demissão de 3.000 funcionários e também a retirada do seu patrocínio às competições automobilísticas. Mais do que depressa, os pilotos idealizaram, no lugar da Fórmula Super-Vê, a Fórmula 2 Brasil.

Mas qual seria o destino das centenas de carros da F-VW 1300 ?
Caíram como uma luva para a montadora Fiat que os adaptou tecnicamente à Fórmula Fiat proporcionando aos pilotos, grande facilidade de financiamento dos motores Fiat.

Aí morreu a F-VW 1300...




Classificação Final do I Torneio Paulista de Fórmula Vê:

1º Mário Ferraris Neto, 33 pontos.
2º Cleber Mansur, 18 pontos.
3º Victor Dokukowski, 13 pontos.
4º José Luís Bastos, 8 pontos.
5º Marcos Lara Gouvea, 6 pontos.
6º Fernando Jorge, 5 pontos.
7º Roberto Cox, 4 pontos
8º Paulo Babka, 4 pontos
9º João Batista Aguiar, 3 pontos
10º Júlio A.Barbero, 2 pontos
11º Antônio Cláudio Barbosa, 2 pontos
12º João de Castro Palhares 1 ponto
13º Júlio C.Pinheiro, 1 ponto.









Sergio Sultani


Nenhum comentário:

Postar um comentário